Nos últimos dois meses, o que não faltou foram notícias e especulações sobre o ecossistema empreendedor e o futuro do investimento em startups a médio e longo prazo. Particularmente, e por estar totalmente envolvido neste universo, fiz questão de divulgar uma carta aberta ao mercado em maio e na sequência continuei divulgando minha opinião e posicionamento sobre o cenário e, principalmente, sobre os alardes extremos e injustificados no qual estamos sendo bombardeados.
De novo, o momento requer cautela e análises mais criteriosas, mas como tenho reforçado não acabou o dinheiro e o apetite por essa classe de ativo. Estamos vivendo um momento que eu chamo de importante “freio de arrumação”, de amadurecimento e de responsabilidade no Brasil, em que essa nova fase e novo ciclo vai gerar negócios e Startups bem mais estruturadas em cada estágio, com menos hype. Ou seja, negócios mais focados em propósito, em resolver problemas e gerar caixa.
Quando se trata de investimento-anjo, por exemplo, obtivemos um crescimento de 17% o que elevou o patamar para R$1 bilhão. Mais do que isso, em levantamento realizado pela Anjos do Brasil, estima-se um crescimento de 10% nos aportes para 2022. E o mais interessante e que merece destaque, é que apesar de considerável, este crescimento provavelmente não será suficiente para acompanhar crescimento do ecossistema de startups. Ou seja, founders e investidores podem focar sua atenção e energia na crise ou podem aproveitar as oportunidades que continuam disponíveis para os dois lados.
Com estes números e projeções, uma coisa é certa: as startups precisam estar preparadas (mais do que nunca) para não apenas receber aporte, mas para continuarem a escalar e conseguir novas rodadas futuras de investimentos que se darão, de agora em diante, em cima de resultados comprovados.
Neste cenário atual de ajustes necessários e revisão de perspectivas, é válido ressaltar ainda que embora boa parte das pessoas provavelmente achem que a falta de dinheiro é o principal motivo que leva a mortalidade dos negócios, essa condição é apenas um dos fatores o que exige ainda mais compreensão do mercado e da própria solução por parte dos seus fundadores.
O investidor precisa monitorar a Startup para que ela cumpra o combinado no ato do investimento, alocando corretamente os recursos do aporte, executar o roadmap e fazer o planejado com os stakeholders. Esse é o segredo para o investidor proteger o seu investimento.