Estamos encerrando mais uma temporada de balanços aqui no Brasil, com isso vou trazer um pouco do que enxerguei nas empresas de capital aberto com viés mais tech que podemos correlacionar com o mercado de startups.
Um dos resultados mais interessantes foi o da Meliuz, que apesar de ter tido um prejuízo no Q1, viu sua receita crescer mais de 74% se comparado ao mesmo período do ano anterior e o GMV cresceu cerca de 66% também em relação ao Q1 de 2021, acredito que isso sinaliza a continuidade do crescimento do varejo eletrônico, ou seja, oportunidade para diversas soluções, sejam retailtechs ou fintechs que aproveitam do alto volume transacionado.
Ainda falando de varejo, a Enjoei também teve um crescimento em seu GMV, um salto de 58% e ainda sua receita líquida um crescimento de 26%, ambos em relação ao mesmo período de 2021, reforçando o que trouxe no paragrafo anterior. A tese de marketplace e ecomerce inclusive é uma que está cada vez mais forte em diversos fundos de Venture Capital.
Mudando um pouco de ares, falando do mundo financeiro e seus bancos digitais, listado no Brasil, o Banco Inter apresentou bons números, reportando crescimento de lucro e base de clientes, enquanto isso, o Nubank, que é brasileiro mas ta listado nos EUA, não conseguiu encantar os investidores e como principal sinal negativo foi o seu aumento na inadimplência de clientes. Para fintechs que lidam com crédito, é importante neste momento atenção e maior controle de risco, pois com a diminuição da atividade econômica, pode ser que este cenário tenha uma piora.
Estes foram os setores e cases que gostaria de destacar, varejo e financeiro são sempre fortes indicadores do mercado em um nível geral, e pelo que vimos neste primeiro trimestre, o cenário não justifica o pânico que ficou em alguns mercados. Além disso, quando trazemos para a realidade de Venture Capital, que por não ser um ativo de liquidez tão ágil como bolsa, o pânico afeta ainda menos, e portanto o impacto é ainda mais reduzido.